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*Graduada em Nutrição, Araçatuba 2007. Especialista em Nutrição Funcional (VP São Paulo, 2010), Nutrição Ortomolecular (FAPES, São Paulo 2012) e Fitoterapia Funcional (VP Campinas, 2014). Participação ativa em Congressos e Cursos da área Funcional. *Atendimento em consultório desde 2008. Clínica Portinari - 18 3305-5838

sábado, 22 de setembro de 2012

Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade X nutrição



O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) consiste em um distúrbio neurocomportamental caracterizado por desatenção e hiperatividade/impulsividade, mais comum em crianças e adolescentes, com prevalência de 6%. Suas manifestações incluem problemas de cognição, comportamentais, afetivos e sociais. Pode ser subdividido em três tipos: TDAH com predomínio de sintomas de desatenção, TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade e TDAH combinado.

Embora a etiologia do TDAH não esteja totalmente compreendida, estudos demonstram que parece ser condicionada por predisposição genética e fatores ambientais, dependente da interação gene-ambiente. Pesquisas indicam que entre os fatores ambientais, incluem-se a exposição materna ao tabaco, álcool, estresse, chumbo, mercúrio, cafeína e pesticidas durante a gravidez.

Estudos relacionam também a deficiência de zinco, ferro e magnésio com o desenvolvimento do TDAH. A ingestão adequada desses micronutrientes pode reduzir o comportamento hiperativo. Além disso, trabalhos recentes sugerem que dietas com baixos níveis de ácidos graxos ômega-3 e altos níveis de ácidos graxos ômegas-6 podem predispor ao desenvolvimento do TDAH, e que o uso de suplementos que contenham ômega-3 pode melhorar os sintomas de hiperatividade em algumas crianças.

Outro fator importante relacionado com o desenvolvimento do TDAH é o possível papel de aditivos/corantes alimentares. As preocupações sobre os efeitos negativos dos aditivos e corantes artificiais se iniciaram em 1970 com o médico Benjamin Feingold. Ele partiu da hipótese de que o aumento na prevalência do TDAH estava relacionado com o aumento do uso de edulcorantes e corantes artificiais na dieta americana. Para testar sua hipótese, Feingold eliminou esses compostos da dieta, bem como frutas e vegetais contendo salicilatos (maçãs, damascos, passas, pepino, pimentão verde e tomate), devido à reação alérgica dessas crianças ao ácido acetilsalicílico. Os estudos de Feingold reportaram que mais de 50% das crianças responderam positivamente à sua dieta de eliminação.

A partir de então, os resultados do trabalho Feingold foram amplamente divulgados e estudos mais recentes continuam apontando que dietas de eliminação com o uso de alimentos hipoalergênicos, bem como a adição de suplementos nutricionais contendo os micronutrientes deficientes, têm demonstrado alguma eficácia na melhora dos sintomas do TDAH. No entanto, a abordagem dietética para o tratamento do TDAH ainda é considerada controversa, necessitando de evidências científicas mais abrangentes.

texto retirado do site: www.nutritotal.com.br

sábado, 15 de setembro de 2012

Quais são as propriedades nutricionais do grão-de-bico?

O grão-de-bico (Cicer arietinum L.) é uma leguminosa fonte de proteínas, carboidratos, minerais, vitaminas e fibras, além de conter diversos compostos bioativos. Ela se destaca por ter melhor digestibilidade do que outras leguminosas, como o feijão, ervilha, soja e lentilha, além de apresentar baixo teor de fatores antinutricionais e melhor disponibilidade de ferro. Seu percentual de digestibilidade varia de 64 a 79%, dependendo da origem do grão-de-bico.

Embora presentes em poucas quantidades, os fatores antinutricionais são facilmente reduzidos ou eliminados por técnicas de cozimento. Os fatores promotores da flatulência que, apesar de estarem presentes em maiores quantidades no grão-de-bico, em decorrência dos teores de oligossacarídeos, também são inativados pelo aquecimento.

O grão-de-bico apresenta quantidades significativas de todos os aminoácidos essenciais, exceto os aminoácidos com enxofre (como a metionina), que podem ser complementados por adição de cereais na alimentação.

O amido é o principal carboidrato presente no grão-de-bico, apresentando teores de amilose que variam entre 27 a 47%. O grão-de-bico também se destaca pelas fibras, apresentando teor total de 18-22g de fibras/100g do alimento, sendo de 4- 8g/100g de fibras solúveis e 10-18g/100g de fibras insolúveis.

Embora os lipídios estejam presentes em poucas quantidades, o grão-de-bico possui teores nutricionalmente importantes de ácidos graxos insaturados, como o ácido oleico (32,6%) e linoleico (51,2%).

O grão-de-bico é uma fonte importante de minerais, principalmente cálcio, magnésio, fósforo e potássio, bem como de vitaminas, como a riboflavina, niacina, tiamina, folato e precursores de vitamina A (betacaroteno).

Estudos têm demonstrado que o consumo de grão-de-bico está relacionado com benefícios fisiológicos que podem reduzir o risco de doenças crônicas e beneficiar a saúde dos indivíduos. Esses efeitos benéficos são principalmente atribuídos ao seu conteúdo de fibras, compostos bioativos (principalmente fitoesteróis) e por apresentar baixo índice glicêmico (IG).

Neste sentido, o grão-de-bico pode ser útil para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Isso porque os fitoesteróis, juntamente com outros fatores presentes no grão-de-bico, contribuem para a redução do LDL-c (lipoproteína de baixa densidade) no sangue, por inibição da absorção intestinal de colesterol.
Estudos também demonstram benefícios do consumo de grão-de-bico na redução da obesidade. Em ratos, observou-se melhor controle do peso corporal e na composição do tecido adiposo. Em humanos, o consumo de grão-de-bico esteve associado com redução de massa gorda em indivíduos obesos.

Os pesquisadores sugerem que a melhoria do metabolismo de gordura pode ser útil na correção de distúrbios relacionados com a obesidade. Outro estudo em humanos relatou que a inserção de grão-de-bico na dieta resultou em aumento da saciedade e plenitude. Neste estudo, 42 participantes consumiram uma dieta contendo em média 104g de grão-de-bico por dia, durante 12 semanas.

Embora o grão-de-bico apresente potenciais benefícios para a saúde, o seu consumo ainda é muito limitado no Brasil, quando comparado a outras leguminosas como o feijão. O grão-de-bico é uma leguminosa que tem,nutricionalmente grande potencial a ser explorado, a fim de minimizar as deficiências proteicas e minerais da população. Mais pesquisas, portanto, devem ser conduzidas para fornecer evidências convincentes sobre os benefícios do consumo de grão-de-bico para a saúde.



texto retirado do site: http://www.nutritotal.com.br