Não adianta 'esconder' vegetais na refeição dos filhos. Para transformar a alimentação saudável em hábito, as crianças precisam conhecer o que estão comendo
Para fazer com que seus filhos sigam uma alimentação saudável, os pais desenvolvem as mais diferentes estratégias, como por exemplo, acrescentar alguns vegetais nos lanches das crianças sem que elas percebam. No entanto, segundo concluíram pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, essa técnica nem sempre é eficaz, já que os jovens não sabem que estão consumindo esse tipo de alimento e, portanto, não desenvolvem o hábito ao longo da vida. A aceitação dos filhos em relação a uma comida saudável, então, não depende de eles serem avisados ou não da presença de verduras e legumes no prato, mas sim da frequência com que esses alimentos são expostos às crianças. Esses resultados foram publicados na edição deste mês do periódico Journal of Nutrition Education and Behavior.
O estudo se baseou nos dados de 68 crianças matriculadas no ensino médio ou no fundamental. Elas experimentaram alimentos semelhantes de duas amostras diferentes, sendo que, em um grupo, os produtos eram rotulados com a presença de algum vegetal, como 'biscoito de chocolate com grão de bico', por exemplo, e o outro somente como ‘biscoito de chocolate’. Os jovens não sabiam que todos os alimentos de ambos os grupos continham algum vegetal nutritivo. As crianças relataram se o sabor das comidas das duas amostras era semelhante ou se elas haviam preferido um alimento ao outro.
Os pesquisadores descobriram que a preferência pelo sabor não mudou com os diferentes rótulos para alimentos como pão de chocolate com abobrinha ou bolo de brócolis com gengibre. Entretanto, as crianças preferiram os biscoitos que não haviam sido rotulados com a presença de grão de bico, e escolheram os 'biscoitos de chocolate' em vez dos 'biscoitos de chocolate com grão de bico'. Também foi observado que o grão de bico foi o vegetal menos consumido pelos jovens em comparação com brócolis e abobrinha: 81% não havia provado o alimento no último ano.
Segundo Lizzy Pope, coordenadora do estudo, esses resultados reforçam a ideia de que as crianças são menos aptas a gostar dos alimentos com os quais são menos familiarizadas. "Como os participantes da pesquisa estavam mais acostumados com brócolis e abobrinha do que com grão de bico, o sabor sentido pelas crianças não mudou com os diferentes rótulos", afirma a pesquisadora. Ela também diz que as conclusões do levantamento mostram que a familiaridade com alimentos saudáveis é mais importante na melhora da alimentação infantil do que a introdução de vegetais no dia-a-dia da criança sem que ela saiba.
"Estudos anteriores mostraram que o rótulo dos alimentos, ou seja, o conhecimento da criança sobre a presença ou não de um vegetal na comida, pode influenciar em suas preferências. No entanto, pouco se sabe sobre como esse quadro muda quando o jovem está familiarizado com o alimento presente no rótulo", diz Randi Wolf, outro autor do estudo. "Essa pesquisa é importante pois pode contribuir para novas maneiras eficazes de promover o consumo de vegetais entre as crianças."
fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/saude/familiaridade-com-vegetais-e-a-melhor-maneira-de-melhorar-alimentacao-das-criancas
Quem sou eu
- Andréa Gigliotti Moreira Costa
- *Graduada em Nutrição, Araçatuba 2007. Especialista em Nutrição Funcional (VP São Paulo, 2010), Nutrição Ortomolecular (FAPES, São Paulo 2012) e Fitoterapia Funcional (VP Campinas, 2014). Participação ativa em Congressos e Cursos da área Funcional. *Atendimento em consultório desde 2008. Clínica Portinari - 18 3305-5838
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