Apesar de não existir uma abordagem nutricional específica, alguns micronutrientes e compostos bioativos de alimentos são capazes de modular o estresse oxidativo e inibir a produção de moléculas inflamatórias associadas com a EM. Entre eles, os mais importantes são os polifenóis, carotenoides, ácidos graxos ômega-3, vitamina D, selênio e zinco.
O uso de antioxidantes na EM baseia-se na constatação de que o estresse oxidativo, em particular a geração excessiva de espécies reativas de oxigênio (EROs), é um dos componentes mais importantes envolvidos na inflamação e dano neuronal. Por essa razão, a ingestão adequada de antioxidantes, como os polifenóis, carotenoides, selênio e vitamina C pode ser útil para restaurar o equilíbrio oxidativo.
A vitamina D possui um efeito promissor no tratamento de doenças autoimunes devido ao seu papel imunomodulador e sua deficiência é frequentemente encontrada em pacientes com EM.
Os pacientes medicados com esteroides apresentam baixos níveis de zinco e sua deficiência podem predispor os pacientes às úlceras por pressão e causar prejuízos no funcionamento do sistema imune.
Os ácidos graxos ômega-3 (especialmente os ácido eicosapentaenoico [EPA] e ácido docosahexaenoico [DHA]) possuem atividades anti-inflamatória e imunomoduladora, além de exercer efeitos neuroprotetores.
Entretanto, estudos que avaliem abordagens nutricionais específicas são necessárias para confirmar os benefícios desses compostos no tratamento da EM.
A doença é caracterizada por uma reação das células de defesa do sistema imune, as quais, desconhecendo os lipídeos e as proteínas da bainha de mielina como próprias do indivíduo, a atacam e destroem. A degeneração dos axônios impede a comunicação entre os neurônios pela impossibilidade da passagem do impulso elétrico, estabelecendo-se as incapacidades motoras e cognitivas do indivíduo.
A EM é uma doença inflamatória, crônica, desmielinizante (que destrói a bainha de mielina), que prejudica o funcionamento do sistema nervoso central (SNC) por processo autoimune. Trata-se de uma doença multifatorial complexa, em que os hábitos alimentares podem estar envolvidos em sua patogênese.
Os pacientes com EM frequentemente apresentam diferentes desequilíbrios nutricionais, principalmente em decorrência da terapia medicamentosa. O sobrepeso e a obesidade estão geralmente associados ao uso de esteroides, dificuldade de locomoção e menor gasto energético. Por outro lado, o baixo peso ou o desenvolvimento de caquexia podem ser ocasionados pelo uso de drogas imunossupressoras e inibidoras do apetite.
Texto escrito por Rita de Cássia Borges de Castro
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