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*Graduada em Nutrição, Araçatuba 2007. Especialista em Nutrição Funcional (VP São Paulo, 2010), Nutrição Ortomolecular (FAPES, São Paulo 2012) e Fitoterapia Funcional (VP Campinas, 2014). Participação ativa em Congressos e Cursos da área Funcional. *Atendimento em consultório desde 2008. Clínica Portinari - 18 3305-5838

domingo, 30 de dezembro de 2012

Alimentação durante a gravidez e amamentação influencia o risco de obesidade na adolescência




A dieta da gestante deve ser rica em nutrientes para que seu bebê tenha saúde, não só na primeira infância mas pelo resto de sua vida!

Inúmeros estudos comprovam a relação entre dieta materna e o risco do desenvolvimento de doenças, entre elas obesidade, na vida adulta.

Abaixo um texto retirado do site nutritotal.com.br


"Estudo publicado na revista European Journal of Clinical Nutrition conclui que padrões alimentares durante a gravidez podem aumentar a massa corporal gorda de adolescentes, enquanto que a amamentação poderá prevenir a obesidade.
O objetivo dos pesquisadores foi analisar as associações entre a dieta materna durante o terceiro trimestre de gravidez, a amamentação e a composição corporal em longo prazo.
Entre 1988 e 1989, 1127 mães de 1435 crianças preencheram um questionário de frequência alimentar sobre o consumo de alimentos e nutrientes durante o terceiro trimestre de gravidez e a amamentação durante seis meses. Após 16 anos, 415 mulheres e seus respectivos filhos adolescentes foram identificados para a participação desse estudo. A composição corporal, incluindo a massa gorda (MG) e a massa corporal magra (MCM) dos adolescentes foram medidas pela absorção de raios-X de dupla energia (DEXA).
Após a exclusão de alguns participantes, foram estudados no total 264 adolescentes. Os pesquisadores observaram que o consumo de carne vermelha pré-natal excessivo foi associado com o aumento de massa gorda nos adolescentes (aumento de 0,9%/porção, p<0 14="14" 25="25" a="a" adolescentes="adolescentes" amamenta="amamenta" associa="associa" associada="associada" aumento="aumento" cal="cal" com="com" de="de" decr="decr" dias="dias" e="e" entre="entre" filhos.="filhos." foi="foi" gorda="gorda" houve="houve" ingest="ingest" inversamente="inversamente" m="m" massa="massa" materna="materna" nos="nos" o="o" p="0,01).</div" rica="rica" scimo="scimo" superior="superior" tamb="tamb">
“A associação entre a dieta materna e composição corporal tem sido estudada em modelos experimentais, demonstrando que a dieta materna rica em gordura aumenta significativamente a gordura corporal total e abdominal na prole. Em humanos, os estudos que avaliaram as associações entre os fatores no início da vida e composição corporal dos filhos, foram quase todos realizados em crianças pré-púberes. Assim, este é o primeiro estudo que avaliou adolescentes de 16 anos”, comentam os autores.
“Portanto, este estudo contribui para o número limitado, mas crescente de estudos prospectivos que examinou a relação entre a dieta materna e composição corporal do adolescente. Este estudo sugere que a amamentação pode ter um efeito biológico benéfico para a prevenção de obesidade e que o maior consumo de carne vermelha durante a gravidez pode aumentar a massa gorda em adolescentes”, concluem.
 
 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Dieta sem glúten reduz a inflamação, adiposidade e resistência à insulina associada à indução de PPAR-alfa e PPAR-gama expressão.

Artigo brasileiro do Departamento de Alimentos, Faculdade de Farmácia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.
 
Ele demonstra que a exclusão do glúten foi eficaz para redução da resistência à insulina e síndrome metábólica em pessoas que não tem a doença celíaca.
 
Muito interessante saber que já estão saindo artigos brasileiros sobre o assunto!!!
 
 
 
2012 Dec 17. pii: S0955-2863(12)00226-4. doi: 10.1016/j.jnutbio.2012.08.009. [Epub ahead of print]
 

Gluten-free diet reduces adiposity, inflammation and insulin resistance associated with the induction of PPAR-alpha and PPAR-gamma expression.

Source

Departamento de Alimentos, Faculdade de Farmácia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil; Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brazil. Electronic address: fabiola_lacerda@yahoo.com.br.

Abstract

Gluten exclusion (protein complex present in many cereals) has been proposed as an option for the prevention of diseases other than coeliac disease. However, the effects of gluten-free diets on obesity and its mechanisms of action have not been studied. Thus, our objective was to assess whether gluten exclusion can prevent adipose tissue expansion and its consequences. C57BL/6 mice were fed a high-fat diet containing 4.5% gluten (Control) or no gluten (GF). Body weight and adiposity gains, leukocyte rolling and adhesion, macrophage infiltration and cytokine production in adipose tissue were assessed. Blood lipid profiles, glycaemia, insulin resistance and adipokines were measured. Expression of the PPAR-α and γ, lipoprotein lipase (LPL), hormone sensitive lipase (HSL), carnitine palmitoyl acyltransferase-1 (CPT-1), insulin receptor, GLUT-4 and adipokines were assessed in epidydimal fat. Gluten-free animals showed a reduction in body weight gain and adiposity, without changes in food intake or lipid excretion. These results were associated with up-regulation of PPAR-α, LPL, HSL and CPT-1, which are related to lipolysis and fatty acid oxidation. There was an improvement in glucose homeostasis and pro-inflammatory profile-related overexpression of PPAR-γ. Moreover, intravital microscopy showed a lower number of adhered cells in the adipose tissue microvasculature. The overexpression of PPAR-γ is related to the increase of adiponectin and GLUT-4. Our data support the beneficial effects of gluten-free diets in reducing adiposity gain, inflammation and insulin resistance. The data suggests that diet gluten exclusion should be tested as a new dietary approach to prevent the development of obesity and metabolic disorders.
Copyright © 2012 Elsevier Inc. All rights reserved.

TRADUÇÃO:  (GOOGLE TRADUTOR)

Exclusão glúten (proteína presente complexo em muitos cereais) tem sido proposto como uma opção para a prevenção de outras doenças que não a doença celíaca. No entanto, os efeitos de dietas sem glúten sobre a obesidade e os seus mecanismos de acção ainda não foram estudados. Assim, nosso objetivo foi avaliar se a exclusão do glúten pode impedir a expansão do tecido adiposo e suas conseqüências. Murganhos C57BL / 6 foram alimentados com uma dieta rica em gordura contendo 4,5% de glúten (de controle) ou sem glúten (GF). Os ganhos de peso corporal e de gordura corporal, de rolamento de leucócitos e a aderência, a infiltração de macrófagos e a produção de citocinas no tecido adiposo foram avaliados. Perfis sanguíneos de lipídios, glicemia, resistência à insulina e adipocinas foram medidos. A expressão do PPAR-α e γ, lipoproteina lipase (LPL), a hormona lipase sensível (HSL), palmitoil-carnitina aciltransferase-1 (CPT-1), receptor de insulina, GLUT-4 e adipocinas foram avaliados em gordura epidydimal. Sem glúten animais apresentaram uma redução no ganho de peso corporal e adiposidade, sem mudanças na ingestão de alimentos ou excreção de lipídios. Estes resultados foram associados com a regulação positiva de PPAR-α, LPL, HSL e CPT-1, que estão relacionados com a lipólise e oxidação de ácidos gordos. Houve uma melhora na homeostase da glicose e pró-inflamatória superexpressão relacionadas ao perfil de PPAR-γ. Além disso, a microscopia intravital mostraram um menor número de células aderidas na microvasculatura do tecido adiposo. A sobre-expressão de PPAR-γ está relacionado com o aumento de adiponectina e GLUT-4. Os nossos dados suportam os efeitos benéficos das dietas sem glúten em reduzir o ganho de adiposidade, inflamação e resistência à insulina. Os dados sugerem que a exclusão de glúten dieta deve ser testado como uma nova abordagem de dieta para prevenir o desenvolvimento da obesidade e distúrbios metabólicos.

sábado, 24 de novembro de 2012

CRANBERRY PARA UMA URINA ESTÉRIL



Texto muito bom!!!
Retirado do site: http://www.vponline.com.br


"A urina saudável é estéril. A entrada e proliferação bacteriana no trato urinário é o que provoca doenças. As infecções do trato urinário (ITU) ocorrem quando há presença de microrganismos (número de bactérias na urina geralmente > 100.000/mL) seja na bexiga, próstata, sistema coletor (ureter) e rins. Os sintomas mais freqüentes incluem maior freqüência e urgência em urinar, ato de urinar doloroso, urina turva e dor lombar. A recorrência desse tipo de infecção é comum, especialmente em mulheres. Os fatores de risco que predispõem as mulheres a esta recorrência incluem relações sexuais, uso de contraceptivos orais, uso de antibióticos, estrógeno, genética e proximidade da uretra ao ânus. A Escherichia coli é patógeno urinário mais comum, presente em cerca de 85% dos casos, por possuir macromoléculas protéicas (fimbriae) que facilitam a sua adesão às células uroepiteliais do trato urinário. Uma vez no trato urinário, a bactéria não causará a doença a menos que prolifere. E a proliferação ocorre a partir da aderência do microrganismo à superfície da mucosa do trato urinário, subseqüente multiplicação bacteriana e infecção do tecido do hospedeiro.
O tratamento da disbiose é prioritário para este perfil de pacientes, e felizmente a natureza também traz outros recursos para ajudar na prevenção dessas infecções. A ingestão de substâncias capazes de interferir na habilidade de aderir à superfície mucosa automaticamente prejudica a capacidade de infecção bacteriana. É justamente neste ponto que a cranberry se destacou como importante alimento funcional com benefícios comprovados para a saúde do trato urinário. Na Revista viva Saúde edição 81 de janeiro de 2010 uma pequena nota traz a informação de sua aplicação contra as infecções urinárias.
A cranberry é uma fruta vermelha escura, pequena, nativa do leste da América do Norte, popularizada como poderosa contra as infecções do trato urinário já em 1920. Existem dois tipos do fruto cranberry: Vaccinium oxycoccos, que cresce em terrenos pantanosos do norte da América do Norte, norte da Ásia, e Europa central; e a Vaccinium macrocarpon mais encontrada na região leste do Canadá (Newfoundland) até as Carolinas nos EUA. O consumo pode ser como fruta fresca, concentrado, molhos, bebidas prontas ou extrato. O suco puro concentrado é muito ácido (pH ≤ 2,5) e não palatável. Na década de 1950 foi desenvolvido o cocktail de suco de cranberry, uma mistura de suco puro concentrado (pelo menos na proporção de 25%/volume), adoçante, água e vitamina C. A quantidade de polifenólicos totais, expressa em base úmida, avaliada em produtos derivados da cranberry varia e é maior na ordem: forma seca > congelada > molho > geléia. Quando essa relação é feita com base no tamanho da porção para cada um desses produtos a ordem é: fruta congelada > suco 100% > fruta seca > suco a 27% > molho > geléia.
Um dos mecanismos propostos para prevenção de infecções urinárias seria a acidificação da urina como forma de inibir o crescimento bacteriano. Porém, já foi demonstrado que o consumo de cranberry não altera de forma importante o pH urinário. A presença de outros compostos como as proantocianidinas (taninos compostos) e a frutose exerceria este efeito. As proantocianidinas são oligômeros de unidades de flavonol, porém, na cranberry apresentam um tipo de ligação (tipo A) entre estas unidades que difere daquela encontrada em outras frutas (tipo B), e especula-se que o tipo de ligação A seria mais efetiva para o efeito contra aderência das bactérias. Os estudos in vitro comprovam a capacidade do suco ou cocktail dessa fruta em prejudicar a aderência de alguns tipos de bactérias. Os estudos clínicos sugerem benefícios, mas não é eficaz a todos os indivíduos que a utilizam. Deve-se considerar a forma de consumo, a quantidade e o período de uso.

O consumo de 475 mL de suco de cranberry diariamente por 21 dias reduziu em 50% as queixas urogenitais e número de bactérias de pacientes com sintomas de ITU. Já o consumo de 300 mL de cocktail de suco de cranberry por 6 meses reduziu em 42% as chances de mulheres idosas apresentarem bacteriúria e piúria. O consumo de uma cápsula duas vezes ao dia, por 12 semanas, contendo 200mg de extrato padronizado de cranberry para conter 30% de fenólicos (25% de proantocianidinas) foi avaliado em 12 mulheres com histórico de seis episódios de ITU ao ano. Durante o período do estudo nenhuma delas apresentou infecção, e aquelas que mantiveram o uso de suplementos a base de cranberry não apresentaram nenhum episódio até os dois anos que foram contactadas.
Pela riqueza de compostos bioativos flavonóides, como quercetina e mirecetina, com propriedades antioxidantes, a aplicabilidade do cranberry não se restringe apenas à prevenção de infecções do trato urinário. Um estudo com suplementação de 7mL/kg de peso de cocktail de suco de cranberry a homens saudáveis por 14 dias mostrou aumento de 6% na capacidade antioxidante do plasma e redução de 10% da LDL oxidada. Embora tenha sido um estudo com limitações como a falta de grupo placebo e curta duração da intervenção, a relevância fisiológica desses resultados nos aspectos cardiovasculares deve ser ainda mais explorada. Em outro trabalho, 250 mL de cocktail de suco de cranberry de baixa caloria ao dia por 4 semanas aumentou os níveis de HDL em 8% em homens obesos sem outras alterações nos hábitos alimentares, um nível de aumento semelhante ao obtido com o uso de fibratos.
Outra aplicação interessante da cranberry se refere à sua propriedade de inibir a colonização da superfície dentária por streptococci oral e desenvolvimento da placa dental, a qual tem implicações na etiologia das cáries e doenças periodontais. Ao reduzir a hidrofobicidade dos microrganismos, reduz sua aderência à superfície dentária e a formação de biofilmes.
Mas algumas ressalvas devem ser feitas quanto ao seu consumo. Em indivíduos controles e indivíduos com história de cálculos renais de oxalato de cálcio estudou-se o consumo de 1L de cocktail de suco de cranberry (27% do concentrado) por 7 dias e comparou-se com igual período no qual os voluntários receberam água deionizada. Houve aumento significativo de cálcio urinário (de 154 para 177 mg) e oxalato urinário (de 26.4 para 29,2), aumentando a saturação urinária de oxalato de cálcio em 18%. No entanto, o consumo do suco reduziu os níveis de ácido úrico urinário (de 544 para 442 mg/dia) assim como as concentrações séricas. Se por um lado, o consumo do suco possa ser interessante para redução de ácido úrico, por outro tem o potencial de aumentar os riscos de formação de oxalato de cálcio. Em outro estudo com apenas 5 voluntários saudáveis, o consumo de cápsulas de cranberry segundo recomendações do fabricante por 7 dias aumentou em 44% a excreção de oxalato e em 50,7% a supersaturação de oxalato de cálcio. Embora tenha provocado também o aumento nos níveis dos minerais inibidores da formação de cálculos, magnésio e potássio na urina (em 47% e 67% respectivamente), o uso em pacientes com tendência a formação de cálculos deve ser realizado com cautela. Um tablete de concentrado de cranberry de 450 mg equivale a 2880 mL de suco concentrado de cranberry segundo informações do rótulo. Se o conteúdo de oxalato no tablete for proporcional ao conteúdo presente na quantidade equivalente do suco concentrado, o uso de 2 tabletes diários como recomendado pelos fabricantes forneceria em torno de 363 mg de oxalato ao dia.
Outra ressalva em relação ao uso de suco de cranberry deve ser feita a pacientes em uso de warfarina. Embora a interação da droga com o suco de cranberry não esteja comprovada, alguns relatos de hemorragia sugerem cuidado. Uma hipótese plausível dessa interação se deve ao fato do suco conter muitos antioxidantes (como os flavonóides) capazes de inibirem as enzimas citocromo P450. Como a warfarina é metabolisada pela P450 CYP2C9, a inibição dessa enzima aumentaria a ação da droga.
Não seja pelas ressalvas feitas, a única limitação para o uso do suco de cranberry para muitos é o preço: um litro do suco custa em torno de R$ 11,00. Tem coisas que têm um preço alto, outras não têm preço: a saúde, e uma vida livre de ITU é uma delas! "


*Texto elaborado pela bolsista de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da VP Consultoria Nutricional Tatiana Fiche.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Relação entre Vitamina D e proteção ao câncer




A vitamina D tem sido associada com a prevenção de várias doenças crônicas, incluindo diversos tipos de câncer, como colorretal, mama, próstata e pele, além da relação com a manutenção da homeostase do cálcio a saúde óssea.

A exposição solar, através dos raios UVB (ultravioleta B), induz na pele a síntese vitamina D pela conversão de 7-deidrocolesterol em vitamina D3 (colecalciferol ou pré-vitamina D3). A vitamina D pode ser obtida pela dieta através do colecalciferol, de origem animal e o ergocalciferol (vitamina D2), de origem vegetal. As principais fontes naturais de vitamina D são peixes como salmão, atum e cavala, seguido de fígado, gema de ovo, queijo e cogumelos. Existem também diversos alimentos fortificados com vitamina D sintética, incluindo leite e produtos lácteos, suco de laranja, cereais matinais, barras de cereais, fórmulas infantis e margarinas.

A vitamina D proveniente da dieta é absorvida no intestino delgado na forma lipossolúvel incorporada a quilomícron. No fígado, esse complexo se liga a uma proteína-ligante de vitamina D e é metabolizado, juntamente com a vitamina D3 sintetizada pela pele. A vitamina D sofre hidroxilação na posição C-25 pela enzima hepática 25-hidroxilase, resultando na formação da 25-hidroxicolecalciferol (25(OH)D3 ou calcidiol), principal forma circulante da vitamina D. Nos rins ocorre uma segunda hidroxilação na posição C-1 do calcidiol através da enzima 1-alfa-hidroxilase (CYP27B1), formando o 1,25(OH)2D3, a forma mais ativa da vitamina D. Os níveis séricos de 25(OH)D é a principal forma circulante de vitamina D, pois sua meia vida é consideravelmente mais longa do que a da 1,25(OH)2D3 (15 dias contra 15 horas).

Diversos mecanismos moleculares têm sido propostos para os efeitos protetores da vitamina D no câncer. Muitos desses mecanismos estão relacionados com a produção de 1,25(OH)2D3 por tecidos que possuem a enzima CYP27B1, como a próstata, cólon, mama e pâncreas. Nas células destes tecidos, a 1,25(OH)2D3 liga-se ao receptor da vitamina D (VDR) em que, no núcleo celular formam um complexo para influenciar a expressão de genes envolvidos na regulação da inflamação, apoptose de células tumorais, diminuição da proliferação, diferenciação celular e imunomodulação. Estudos têm verificado que uma maior expressão do receptor de vitamina D está diretamente relacionada na modulação da proliferação e diferenciação celular, bem como na indução de apoptose em células tumorais.

Diversos estudos in vitro, in vivo e estudos epidemiológicos demonstram um papel importante da vitamina D especialmente na redução da incidência do câncer colo-retal. Pesquisadores verificaram em uma metanálise que indivíduos com os níveis séricos de 25(OH)D3 ≥ 82 nmol/l tiveram uma incidência 50% menor de câncer colorretal do que aqueles com níveis ≤ 30 nmol/l.

A relação entre os níveis séricos de vitamina D e o risco de desenvolver alguns tipos de câncer foi revisada em 2008 por Holick, no qual o autor sugere uma redução de 30 a 50% do risco de desenvolver câncer colorretal, mama e próstata, caso haja um aumento de vitamina D, através da ingestão diária de 1000 UI ao dia ou da exposição solar, elevando os níveis séricos de 25(OH)D3 para mais de 30 ng/mL.

Outro estudo verificou que a ingestão de alimentos enriquecidos com vitamina D, totalizando 400 UI/dia, foi associada à redução do risco de desenvolver câncer de mama. Pesquisas sugerem que os níveis séricos de 25(OH)D3 ou 1,25 (OH)2D3 parecem menores em pacientes com câncer de mama avançado ou metastático em relação àquelas pacientes com doenças em estágio inicial. Além disso, existem evidências que baixos níveis sérios de 25(OH)D3 ao diagnóstico estejam relacionados a um pior prognóstico, isto é, maior chance de recidiva da doença.

Em resumo, as evidências são bastante convincentes de que existe uma relação entre níveis inadequados de vitamina D com o aumento do risco de câncer e/ou a progressão do tumor. Entretanto, ainda são necessários mais estudos para essa afirmação e não é recomendada suplementação com altas doses de vitamina D com o intuito de prevenir o câncer. Os pesquisadores sugerem que a ingestão de vitamina D seja em torno de 600 UI (15 mcg) por dia, conforme as novas DRI (Dietary Reference Intakes), publicadas em 2010.

texto retirado do site: http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=695&categoria=16

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Restrição do sono estimula consumo alimentar


Estudo publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition demonstrou que existe uma ligação entre a restrição do sono e aumento ao estímulo de consumo alimentar, concluindo que indivíduos que dormem poucas horas apresentam uma maior propensão a comer mais.

Os pesquisadores avaliaram 26 indivíduos saudáveis (14 homens e 12 mulheres) com índice de massa corporal (IMC) entre 22 e 26 kg/m2. Indivíduos com sobrepeso são aqueles que possuem IMC na faixa de 25 a 29,9 kg/m2. O objetivo foi determinar os efeitos da restrição parcial do sono sobre a ativação neuronal em resposta a estímulos alimentares.

Os participantes foram aleatoriamente distribuídos para a restrição de sono (4 horas/noite) ou sono habitual (9 horas/noite) durante seis dias. Para a avaliação do sono, os indivíduos foram internados em centro de pesquis;a especializado e a ressonância magnética foi realizada antes e depois do período de seis dias. A ingestão alimentar dos participantes foi controlada durante quatro dias antes do período de avaliação do sono.

Ao final do estudo, o grupo que teve restrição ao sono dormiu em média 3h46min/noite. O grupo que teve um sono habitual dormiu em média 7h38min/noite.

Os resultados da ressonância magnética demonstraram que a atividade neuronal global da região relacionada aos hormônios do apetite na resposta a estímulos alimentares foi maior após a restrição do sono, em comparação com o sono habitual. Além disso, houve maior atividade em áreas cerebrais associadas à recompensa, como o putamen, nucleus accumbens, tálamo, ínsula e córtex pré-frontal. Estas regiões têm sido associadas com a motivação e valor de recompensa aos alimentos, aumentando a consciência das propriedades gratificantes do consumo alimentar.

“Nossos resultados sugerem que a associação entre a restrição do sono e o sobrepeso pode, em parte, ser o resultado de alterações na atividade neuronal. Essas mudanças associadas com o sono reduzido aparentemente afetam regiões do cérebro conhecidas por serem ligadas à motivação e desejo, indicando um aumento ao estímulo de comer cada vez mais”, concluem os autores.

Referência(s)

St-Onge MP, McReynolds A, Trivedi ZB, Roberts AL, Sy M, Hirsch J. Sleep restriction leads to increased activation of brain regions sensitive to food stimuli. Am J Clin Nutr. 2012;95(4):818-24.

texto retirado do site nutritotal.com.br

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sintomas de deficiência de Magnésio e fontes alimentares


A seguir  os sinais e sintomas da deficiência de magnésio.


Não tome vitaminas, sais minerais ou qualquer tipo de medicamento sem prescrição de um profissional qualificado!!!

Sintomas:

1- Geral

a - Retenção de água

b - Mudança rápida de peso

c - Pés e mãos frios

2- Humor

a - Ansiedade / Apreensão

b - Irritabilidade

c - Inquietação / Impaciência

d - Nervosismo

e - Agitação / Hiper atividade

3- S. N. C.

a - Confusão mental

b - Desorientação

c - Ouço ou vejo coisas que não tenho certeza se realmente existem

d - Insônia

e - Incoordenação / Desequilíbrio

f - Diminuição da memória

g - Dificuldade do aprendizado

h - Convulsões

i - Respostas exageradas com sobressalto / susto / espanto

4- Neuro – Muscular

a - Fraqueza muscular

b - Dificuldade de falar, de articular as palavras

c - Câimbra a qualquer hora

d - Dores musculares (mialgia)

e - Formigamento / Adormecimento: mãos ou pés

f - Contrações musculares persistentes e contínuas

g - Tremores nos músculos

h - Tremores dos braços e pernas

i - Dificuldade em fazer movimentos delicados

j - Faço ás vezes movimentos sem querer, sem o domínio da vontade

5- Ouvido

a - Zumbido / zunido / chiado / tinido é contínuo, ininterrupto

b - Vertigem / Tontura

6- Gastro – Intestinal

a - Falta de apetite

b - Náuseas / enjôo

c - Vômitos

7- Intestino

a - Tenho tendência a intestino preso / ressecado e ele não funciona todos o

b - A minha eliminação de fezes é feita com esforço e ou dificuldade

8- Cardio – Pulmonar

a - Ás vezes os batimentos do coração ficam fora do ritmo, sinto bater b b - desc Ás vezes eu sinto: Palpitação /

Batedeira / Taquicardia

9- Rins

a - Perco urina na cama, dormindo, sem perceber



Se você está apresentando 12 destes sintomas , provavelmente está com deficiência de magnésio

Alimento ( 100 gramas ):


Farelo de arroz 800mg:  2 colheres de sopa

Semente de abóbora 533mg 2 colheres de sopa

Farinha de soja 423mg 2 colheres de sopa

Semente de girassol 366mg 2 colheres de sopa

Castanha de caju 266mg 2 colheres de sopa

Farinha de centeio 246mg 1 xícara

Castanha do Pará 233mg 1 porção

Aveia em flocos 200mg 1 colher de sopa

Noz 166mg 1 porção, 30g

Trigo para kibe 148mg 2 colheres de sopa

Farinha de trigo integral 141mg 2 colheres de sopa 20

Cavala 100mg 1 porção 100g  
    Referências Bibliográficas:

José de Felippe Junior e Váleria Cristina Paschoal - ControlSoft Nutrition 2004 .

sábado, 6 de outubro de 2012

Ômega-3 protege contra neuropatia periférica induzida por quimioterápico

Pesquisa publicada na revista BMC Cancer concluiu que a suplementação com ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 pode ser benéfica na neuroproteção contra a neuropatia periférica induzida pela quimioterapia (NPIQ) em pacientes com câncer de mama.

O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia de ácidos graxos ômega-3 na profilaxia contra a neurotoxicidade induzida pelo paclitaxel (um quimioterápico), através de um ensaio clínico randomizado, duplo cego e controlado por placebo. Para isso, foram selecionadas 69 mulheres com câncer de mama, distribuídas aleatoriamente em dois grupos: suplementação de ômega-3 (n = 35) e placebo (n = 34).

A suplementação foi administrada por via oral com cápsulas gelatinosas contendo 640 mg de ômega-3 (54% de DHA [ácido docosahexaenoico] e 10% de EPA [ácido eicosapentaenoico]), três vezes ao dia durante quatro meses (três meses durante a quimioterapia com paclitaxel e um mês após o último ciclo do quimioterápico). Foram realizadas avaliações neurofisiológicas antes do início da quimioterapia e um mês após a interrupção do tratamento.

Os pesquisadores observaram uma diferença significativa na redução da incidência da neuropatia periférica nas pacientes suplementadas com ômega-3 (p = 0,029), em que 70% do grupo suplementado não desenvolveu neuropatia periférica, enquanto que 40,7% o grupo placebo desenvolveram esse distúrbio.

Os autores relatam que a neurotoxicidade é comum em pacientes em tratamento quimioterápico, podendo ser observada em 60 a 70% que utilizam paclitaxel, de maneira dose-dependente. Com isso, esse efeito adverso pode provocar atrasos, redução de dose ou mesmo a interrupção do tratamento, levando a resultados inferiores em termos de resposta, recidiva e sobrevida dos pacientes.

“Demonstramos nesse estudo uma diferença significativa na incidência de neuropatia periférica em pacientes que receberam suplementação contendo ácidos graxos ômega-3, especialmente o DHA. Sugerimos que o ômega-3, em particular o DHA, tenha efeitos neuroprotetores e que diminuam consideravelmente a neurotoxicidade induzida por paclitaxel. Nossos resultados estão de acordo com estudos anteriores que examinaram a eficácia desses ácidos graxos na neuropatia diabética, em que podem atenuar a gravidade da neuropatia em pacientes com diabetes mellitus tipo 2”, destacam os autores.



texto retirado do site: www.nutritotal.com.br

sábado, 22 de setembro de 2012

Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade X nutrição



O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) consiste em um distúrbio neurocomportamental caracterizado por desatenção e hiperatividade/impulsividade, mais comum em crianças e adolescentes, com prevalência de 6%. Suas manifestações incluem problemas de cognição, comportamentais, afetivos e sociais. Pode ser subdividido em três tipos: TDAH com predomínio de sintomas de desatenção, TDAH com predomínio de sintomas de hiperatividade/impulsividade e TDAH combinado.

Embora a etiologia do TDAH não esteja totalmente compreendida, estudos demonstram que parece ser condicionada por predisposição genética e fatores ambientais, dependente da interação gene-ambiente. Pesquisas indicam que entre os fatores ambientais, incluem-se a exposição materna ao tabaco, álcool, estresse, chumbo, mercúrio, cafeína e pesticidas durante a gravidez.

Estudos relacionam também a deficiência de zinco, ferro e magnésio com o desenvolvimento do TDAH. A ingestão adequada desses micronutrientes pode reduzir o comportamento hiperativo. Além disso, trabalhos recentes sugerem que dietas com baixos níveis de ácidos graxos ômega-3 e altos níveis de ácidos graxos ômegas-6 podem predispor ao desenvolvimento do TDAH, e que o uso de suplementos que contenham ômega-3 pode melhorar os sintomas de hiperatividade em algumas crianças.

Outro fator importante relacionado com o desenvolvimento do TDAH é o possível papel de aditivos/corantes alimentares. As preocupações sobre os efeitos negativos dos aditivos e corantes artificiais se iniciaram em 1970 com o médico Benjamin Feingold. Ele partiu da hipótese de que o aumento na prevalência do TDAH estava relacionado com o aumento do uso de edulcorantes e corantes artificiais na dieta americana. Para testar sua hipótese, Feingold eliminou esses compostos da dieta, bem como frutas e vegetais contendo salicilatos (maçãs, damascos, passas, pepino, pimentão verde e tomate), devido à reação alérgica dessas crianças ao ácido acetilsalicílico. Os estudos de Feingold reportaram que mais de 50% das crianças responderam positivamente à sua dieta de eliminação.

A partir de então, os resultados do trabalho Feingold foram amplamente divulgados e estudos mais recentes continuam apontando que dietas de eliminação com o uso de alimentos hipoalergênicos, bem como a adição de suplementos nutricionais contendo os micronutrientes deficientes, têm demonstrado alguma eficácia na melhora dos sintomas do TDAH. No entanto, a abordagem dietética para o tratamento do TDAH ainda é considerada controversa, necessitando de evidências científicas mais abrangentes.

texto retirado do site: www.nutritotal.com.br

sábado, 15 de setembro de 2012

Quais são as propriedades nutricionais do grão-de-bico?

O grão-de-bico (Cicer arietinum L.) é uma leguminosa fonte de proteínas, carboidratos, minerais, vitaminas e fibras, além de conter diversos compostos bioativos. Ela se destaca por ter melhor digestibilidade do que outras leguminosas, como o feijão, ervilha, soja e lentilha, além de apresentar baixo teor de fatores antinutricionais e melhor disponibilidade de ferro. Seu percentual de digestibilidade varia de 64 a 79%, dependendo da origem do grão-de-bico.

Embora presentes em poucas quantidades, os fatores antinutricionais são facilmente reduzidos ou eliminados por técnicas de cozimento. Os fatores promotores da flatulência que, apesar de estarem presentes em maiores quantidades no grão-de-bico, em decorrência dos teores de oligossacarídeos, também são inativados pelo aquecimento.

O grão-de-bico apresenta quantidades significativas de todos os aminoácidos essenciais, exceto os aminoácidos com enxofre (como a metionina), que podem ser complementados por adição de cereais na alimentação.

O amido é o principal carboidrato presente no grão-de-bico, apresentando teores de amilose que variam entre 27 a 47%. O grão-de-bico também se destaca pelas fibras, apresentando teor total de 18-22g de fibras/100g do alimento, sendo de 4- 8g/100g de fibras solúveis e 10-18g/100g de fibras insolúveis.

Embora os lipídios estejam presentes em poucas quantidades, o grão-de-bico possui teores nutricionalmente importantes de ácidos graxos insaturados, como o ácido oleico (32,6%) e linoleico (51,2%).

O grão-de-bico é uma fonte importante de minerais, principalmente cálcio, magnésio, fósforo e potássio, bem como de vitaminas, como a riboflavina, niacina, tiamina, folato e precursores de vitamina A (betacaroteno).

Estudos têm demonstrado que o consumo de grão-de-bico está relacionado com benefícios fisiológicos que podem reduzir o risco de doenças crônicas e beneficiar a saúde dos indivíduos. Esses efeitos benéficos são principalmente atribuídos ao seu conteúdo de fibras, compostos bioativos (principalmente fitoesteróis) e por apresentar baixo índice glicêmico (IG).

Neste sentido, o grão-de-bico pode ser útil para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Isso porque os fitoesteróis, juntamente com outros fatores presentes no grão-de-bico, contribuem para a redução do LDL-c (lipoproteína de baixa densidade) no sangue, por inibição da absorção intestinal de colesterol.
Estudos também demonstram benefícios do consumo de grão-de-bico na redução da obesidade. Em ratos, observou-se melhor controle do peso corporal e na composição do tecido adiposo. Em humanos, o consumo de grão-de-bico esteve associado com redução de massa gorda em indivíduos obesos.

Os pesquisadores sugerem que a melhoria do metabolismo de gordura pode ser útil na correção de distúrbios relacionados com a obesidade. Outro estudo em humanos relatou que a inserção de grão-de-bico na dieta resultou em aumento da saciedade e plenitude. Neste estudo, 42 participantes consumiram uma dieta contendo em média 104g de grão-de-bico por dia, durante 12 semanas.

Embora o grão-de-bico apresente potenciais benefícios para a saúde, o seu consumo ainda é muito limitado no Brasil, quando comparado a outras leguminosas como o feijão. O grão-de-bico é uma leguminosa que tem,nutricionalmente grande potencial a ser explorado, a fim de minimizar as deficiências proteicas e minerais da população. Mais pesquisas, portanto, devem ser conduzidas para fornecer evidências convincentes sobre os benefícios do consumo de grão-de-bico para a saúde.



texto retirado do site: http://www.nutritotal.com.br

sábado, 18 de agosto de 2012

Nutrição e aftas




Uma das condições mais frequentes na cavidade bucal são as ulcerações aftosas, mais conhecidas como aftas. Estas são de etiologia desconhecida, porém acredita-se que sua origem seja de condições genéticas, imunológicas e derivadas de fatores ambientais.
Alterações hormonais associado ao estresse e fatores nutricionais podem contribuir para ocorrência de aftas. Estudos demonstram que pacientes portadores de úlceras aftosas, podem apresentar deficiências nos níveis de ferritina, ferro, folato e vitamina B12. As mais comuns são a de ferritina e a de ferro, ocorrendo em 11% a 36% dos pacientes que apresentam casos recorrentes de afta. O ferro pode ser consumido através de alimentos de origem animal ou vegetal como carnes magras e leguminosas (feijão, grão de bico e lentilha).
A vitamina B12 ou cobalamina (é encontrada em alimentos de origem animal como carnes, leite e ovos) é essencial para o crescimento e divisão celular. Na boca, a deficiência desta vitamina está associada à atrofia da mucosa, com sintomas de ardência bucal.
O ácido fólico é um nutriente importante também nestes casos, uma vez que é convertido em enzimas que o organismo precisa para produzir DNA, RNA e glóbulos vermelhos. A falta de regeneração rápida das células da mucosa, promovida pela deficiência de ácido fólico, pode causar alterações gastrintestinais, bem como atrofia da mucosa bucal, e facilitar o desenvolvimento das lesões aftosas. Este nutriente está presente em alimentos como: vísceras, feijão, aspargos, couve, espinafre e oleaginosas.
Alguns trabalhos comprovam a eficiência de uma suplementação de cálcio e vitaminas B1, e C para pacientes com úlceras aftosas recorrentes (UAR). O cálcio está presente nos leites e derivados e vegetais verde escuro. A vitamina B1 pode ser consumida através da ingestão de cereais integrais, aveia, peixes e ovos. Já a vitamina C pode ser consumida através de alimentos como acerola, caju, laranja, morango, couve manteiga e auxilia na produção de células essenciais do sistema imune, especialmente os neutrófilos que atacam bactérias e vírus.
Uma vez que o surgimento da afta possa estar relacionado com o sistema imune alguns nutrientes como zinco, presente em leguminosas e oleaginosas são importantes para aumentar a imunidade.
A alicina, presente no alho e na cebola é um composto que auxilia o nosso sistema imune agindo na destruição e inibição de bactérias, estimulando a atividade da imunidade humoral e celular (dois tipos de imunidade que nosso corpo possui contra substâncias estranhas que entramos em contato), além de aumentar a produção de citocinas e moléculas citotóxicas (enviam sinais durante a resposta imunológica).
Alguns estudos comprovam que há associação entre o surgimento de úlceras aftosas recorrentes (UAR) coma ingestão de alimentos como tomates, morangos, nozes, chocolate, glúten, mentolados, melão, agrião, alimentos ácidos, condimentados ou embutidos (EVERSOLE, 1982).


texto retirado do site: http://www.patriciabertolucci.com.br

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ingestão de antioxidantes provenientes de frutas e hortaliças beneficia pacientes com asma

Estudo publicado na revista The American Journal of Clinical Nutrition demonstrou que o aumento da ingestão de antioxidantes provenientes de frutas e hortaliças melhorou parâmetros respiratórios e diminuiu inflamação em pacientes com asma.

O objetivo desse estudo foi comparar uma dieta com alto teor de antioxidantes com uma dieta com baixo teor de antioxidantes, com ou sem a suplementação de licopeno, em indivíduos com asma.

Foram avaliados 137 pacientes adultos com asma, sendo divididos aleatoriamente em dois grupos: dieta com alta ingestão de antioxidantes (5 porções de hortaliças e 2 porções de frutas por dia; n = 46) e dieta com baixa ingestão de antioxidantes (≤ 2 porções de hortaliças e 1 porção de frutas diariamente; n=91) durante 14 dias. Os pacientes foram avaliados no início e no final do estudo. Após os 14 dias, os pacientes do grupo com baixa ingestão de antioxidantes foram suplementados com licopeno (45 mg/dia), um carotenoide com alta capacidade antioxidante. O intuito dos pesquisadores foi verificar se a suplementação iria reverter as consequências da baixa ingestão de antioxidantes pela dieta.

Ao final dos 14 dias os pacientes que receberam dieta com baixo teor de antioxidantes apresentaram um menor volume expiratório forçado em um segundo (FEV1, parâmetro utilizado para avaliar o ar expirado em um segundo) e menor percentual de capacidade vital forçada (CVF, que representa o volume máximo de ar exalado com esforço máximo) quando comparados com aqueles que consumiram dieta com alto teor de antioxidante. Os indivíduos do grupo da dieta com baixo teor de antioxidantes apresentaram aumento dos níveis plasmáticos de proteína C-reativa (PCR) na 14ª semana em comparação com os indivíduos da dieta com alto teor de antioxidantes. Dos indivíduos no grupo dieta com baixo teor de antioxidantes, nenhuma diferença foi observada nos parâmetros respiratórios, inflamação sistêmica ou desfechos clínicos após a suplementação com licopeno.

“Estudos epidemiológicos demonstram que a ingestão de antioxidantes diminuiu os sintomas da asma, mas não há evidência direta para suportar a utilização de suplementação com antioxidantes na asma. A maior parte dos estudos de suplementação na asma têm utilizado os antioxidantes isoladamente, particularmente a vitamina C, mas sem resultados significativos. Isto nos levou à sugestão de que a ingestão de antioxidantes através dos alimentos pode ser necessária para melhorar os parâmetros em indivíduos com asma”, comentam os autores.

“Em conclusão, mostramos que a modificação no consumo de antioxidantes na dieta altera resultados clínicos em pacientes com asma e essas melhorias estão associadas com o maior consumo de frutas e hortaliças. Os resultados fornecem evidências adicionais de que mudanças nos padrões dietéticos devem ser utilizadas para garantir a ingestão de antioxidantes”, concluem.


texto retirado do site: http://www.nutritotal.com.br/notas_noticias/index.php?acao=bu&id=565

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Rótulos ditos como saudáveis podem enganar o consumidor

Muito boa a matéria, vale a pena compartilhar!!!!


"O estilo de vida moderno, com a entrada da mulher no mercado de trabalho e um menor tempo para cozinhar, vieram favorecer refeições de preparo e consumo rápidos.
Os avanços do mercado de trabalho, ganhos de renda dos últimos anos e a maior preocupação com a saúde ajudam a explicar as mudanças no padrão de consumo dos brasileiros. Com o aumento de poder aquisitivo, o acesso a itens mais caros se ampliou, elevando a fatia dos gastos com alimentos preparados entre 2003 e 2009, de 2,3 para 2,9%.
Sabendo disto, a indústria de alimentos tem elaborado uma quantidade crescente de produtos a fim de atender esta demanda.
Os alimentos industrializados tornam-se itens bastante úteis para suprir a falta de tempo disponível para o preparo das refeições. O problema é que, na maioria das vezes, o consumidor não lê o rótulo dos alimentos como deveria. Presta atenção apenas nas informações em destaque e alguns nem olham as informações nutricionais, muito menos a lista de ingredientes.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Chicago aponta que quem quer emagrecer dá mais atenção ao rótulo de saudável do que ao conteúdo da embalagem e, desta forma, são facilmente enganados.
De acordo com o estudo, com o tempo, as pessoas em dieta aprenderam simplesmente a evitar alimentos reconhecidos como proibidos, com base no nome do produto, como no caso de massas, por exemplo. No caso de saladas, consideram sempre uma opção saudável, mesmo que nela contenham salame ou molho gorduroso. Não consideram a qualidade dos alimentos presentes, associando o nome do produto a algo saudável ou não saudável, sem se preocupar com outras informações do produto, que poderiam alterar em muito suas escolhas.
“O consumidor deve ler com atenção as informações contidas nas embalagens dos produtos alimentícios antes de adquiri-los.”
Além dessas confusões, os consumidores apresentam muitas outras dúvidas e acabam utilizando os alimentos de forma inadequada.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão responsável pela regulação da rotulagem de alimentos que estabelece as informações que um rótulo deve conter, visando a proteção à saúde da população.
Algumas informações são fundamentais para se escolher um produto alimentício, evitando, assim, possíveis enganos.
Atenção à porção da embalagem: muitas vezes a porção do alimento descrita é menor do que a que está na embalagem, podendo induzir o consumidor a ingerir uma quantidade maior do mesmo, favorecendo o aparecimento da obesidade.
Um valor energético baixo corresponde a até 40 kcal/100g. Esta informação deverá ser usada de acordo com o plano alimentar e complementada com a qualidade do alimento, pois existem substâncias que podem auxiliar na perda de peso e na absorção do açúcar, como as fibras, por exemplo. Além disso, o tipo de gordura usada também influencia nossa saúde, como as gorduras polinsaturadas ômega 3, que auxiliam no emagrecimento e na prevenção de doenças cardiovasculares.
Atualmente para o alimento ser considerado com baixa quantidade de sódio deverá ter no máximo 80 mg/100g. Para hipertensos, devem ser evitados produtos que contenham sacarina e ciclamato de sódio, que, embora sejam adoçantes, são substâncias que contêm sódio.
A Lista de ingredientes informa os ingredientes que compõem o produto. A leitura dessa informação ajuda o consumidor a identificar a composição do alimento, como tipos de açúcar, como por exemplo: sacarose, glicose e xarope de milho. Nos últimos 40 anos, desde a introdução do xarope de milho rico em frutose como adoçante na dieta norte-americana pela relação custo-benefício, as taxas de obesidade dispararam nos EUA. No Brasil, este substituto do açúcar convencional está presente em alguns alimentos processados, como: pães, bolos, barras de cereais e ketchups. Outros ingredientes preocupantes são os corantes, principalmente o corante amarelo tartrazina ou amarelo crepúsculo, que podem provocar processos alérgicos diversos e hiperatividade em crianças.
Como vimos, os rótulos de alimentos nos fornecem informações valiosas, que devemos aproveitá-las e lê-las com atenção antes de comprarmos um produto.
Porém, a preocupação e conscientização da população por um estilo de vida mais saudável deve andar em conjunto com a Educação Nutricional, a fim de que a população saiba usar seu poder de escolha com segurança, adquirindo produtos de qualidade, não apenas para saciar sua fome e prazer, mas principalmente para a prevenção nutricional e promoção da saúde".
Para um plano alimentar personalizado, um nutricionista deverá ser consultado.

Dra. Daniela de Almeida
Nutricionista do Departamento de Nutrição e Metabologia SBD
Especialista em Nutrição e Gastronomia Funcional

domingo, 22 de julho de 2012

Saúde dos ossos



A osteoporose é considerada, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), como o segundo maior problema de saúde no mundo, perdendo apenas para as enfermidades cardiovasculares. A osteoporose é uma doença esquelética caracterizada por diminuição da massa óssea e deterioração dos ossos, com consequente aumento da sua fragilidade e suscetibilidade à fratura. No Brasil, a cada ano, 70 mil pessoas fraturam o quadril, sendo que pelo menos 15 mil morrerão de complicações nos primeiros seis meses após o acidente e metade irá necessitar de cuidados especiais para realização de atividades cotidianas.
A osteoporose acomete ambos os sexos; no entanto, é mais comum em mulheres na pós-menopausa devido à diminuição dos níveis de estrógeno, hormônio que tem ação protetora sobre o osso. Além da deficiência estrogênica, outros fatores também influenciam na redução e perda de massa óssea, como baixa ingestão de cálcio, vitamina D, magnésio, zinco e cobre, além de baixa exposição solar.
Recentemente, a revista Vida saúde apresentou uma matéria sobre os alimentos ideais para manutenção de ossos fortes e saudáveis. Como muitos já sabem, um dos passos necessários no combate a essa doença é a ingestão adequada de cálcio. O cálcio é um mineral chave na manutenção da saúde óssea, sendo encontrado principalmente em vegetais de folhas verdes escuras, como brócolis e couve, repolho, leite e derivados e queijo tofu. De fato, o leite de vaca é um alimento com grande quantidade de cálcio; no entanto, a fração de cálcio que é absorvida pelo organismo é pequena. Por outro lado, o brócolis e a couve, apesar de possuírem uma menor quantidade de cálcio em relação ao leite de vaca, estes são muito mais facilmente absorvidos pelo corpo humano. Ao contrário do que muitos profissionais de saúde pensam, estudos demonstram que a suplementação isolada de cálcio não é efetiva no tratamento da osteoporose, sendo necessária a presença de outras vitaminas e minerais.
Além do cálcio, outros nutrientes são necessários para que este seja fixado nos ossos. A vitamina D, por exemplo, exerce papel fundamental na saúde esquelética. Pode ser encontrada em alimentos de origem animal como o ovo, fígado, leite e derivados. O corpo humano possui a capacidade de produzir vitamina D a partir da ação dos raios ultravioletas sob a pele. Após poucos minutos de exposição solar, a pele produz quantidades que excedem facilmente as fontes alimentares. Porém, a baixa exposição ao sol, o uso de bloqueadores solares e a pele envelhecida dos idosos retardam a conversão da vitamina D para sua forma ativa, comprometendo a mineralização dos ossos.
Na deficiência de magnésio, este é retirado dos ossos, na tentativa de manter o equilíbrio bioquímico do organismo. O magnésio é necessário para a formação da trabécula, uma estrutura interna dos ossos. Consequentemente, a mineralização fica prejudicada e ocorre perda de massa óssea. Além de formar a estrutura do osso, o magnésio aumenta o número de osteblastos (células responsáveis pelo aumento da densidade mineral óssea) e diminui o número de osteoclastos (relacionados com perda de massa óssea). Fontes alimentares de magnésio são, principalmente, os vegetais folhosos verdes escuros, como o espinafre, e sementes oleaginosas, como as amêndoas.
Para que ocorra a formação da trabécula e adequada mineralização óssea, além do magnésio são necessários outros nutrientes como cobre e zinco. A presença de cobre é importante para que haja incorporação do colágeno e da elastina à matriz óssea, enquanto que o zinco aumenta os osteblastos e a produção de colágeno. Frutos do mar, como ostras e caranguejo, cereais integrais, fígado e sementes oleaginosas, como nozes e castanha de caju são importantes fontes de cobre e zinco.
Dessa forma, com o aumento da expectativa de vida e consequente envelhecimento da população brasileira, o tratamento e, principalmente, a prevenção da osteoporose merecem uma atenção maior pelos profissionais de saúde e de toda a população. Portanto, não aguarde o desenvolvimento da doença e procure um profissional capacitado.
Referências Bibliográficas
1. YAZBEK, M. A.; NETO, J. F. M. Osteoporose e outras doenças osteometabólicas no idoso. Einstein; 6(Supl 1): S74-78, 2008.
2. MOREIRA, F. F.; DE ARAGÃO, K. G. C. B. Osteoporose: um artigo de atualização. Monografia; Goiânia, 2004.
3. ARANHA, L. L. M.; CANELO, J. A. M.; SARDÓN, M. A. et al. Qualidade de vida relacionada à saúde em espanholas com osteoporose. Rev Saúde Pública; 40(2): 298-303, 2006.
4. AMADEI, S. U.; SILVEIRA, V. A. S.; PEREIRA, A. C. et al. A influência da deficiência estrogênica no processo de remodelação e reparação óssea. J Bras Patol Med Lab; 42(1): 5-12, 2006.
5. PASCHOAL, V.; NAVES, A.; BRIMBERG, P. et al. Suplementação Funcional Magistral: dos nutrientes aos compostos bioativos. 1ª ed., VP Editora, São Paulo, 2009.


texto retirado do site: www.vponline.com.br

sábado, 21 de julho de 2012

Pão branco: o assassino oculto

Amei o texto do Dr. José de Felippe!!! Vale a pena conhecer mais sobre o índice glicêmico da dieta.



“A hiperinsulinemia possui papel relevante na fisiopatologia do infarto do miocárdio , do acidente vascular cerebral e do câncer” ou “Pão branco : O assassino silencioso”

José de Felippe Junior



“Quando você prospera na vida deve se preparar para ganhar falsos amigos e verdadeiros inimigos”

desconhecido do século XXI


Quando um país ganha o status da estabilidade econômica o povo prospera, aumenta o consumo de supérfluos e muda a sua dieta e seus hábitos. Começa a ingerir grandes quantidades de alimentos saborosos ricos em açúcar branco e farinhas refinadas, alimentos bonitos de se ver e péssimos de se comer e engordam e fazem menos exercícios. Ganham falsos amigos - alimentos refinados, embutidos e enlatados - e ganham verdadeiros inimigos – obesidade central , doenças degenerativas e sedentarismo.

Nestes países a ingestão de pão branco, pão francês , baguetes e pães de hamburguer é exagerada e de uma forma inocente acompanha todas as refeições, café da manhã , almoço e jantar, aumentando assustadoramente o índice glicêmico e a carga glicêmica . O aumento do índice glicêmico e da carga glicêmica são os fatores causais de várias doenças degenerativas como o infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e muitos tipos de câncer.

Hiperinsulinemia e Resistência à Insulina

Cada ano que passa se acrescenta na literatura médica, trabalhos epidemiológicos e prospectivos que relacionam, nos países desenvolvidos e economicamente estáveis, os fatores de risco que provocam hiperinsulinemia (sedentarismo, obesidade central, alta ingestão de carboidratos refinados) com o aumento da prevalência das principais doenças degenerativas (infarto do miocardio, diabete não dependente de insulina, câncer colo-retal, adenoma colo-retal, câncer de mama, câncer de próstata) sugerindo que a hiperinsulinemia pode ser considerada importante fator promotor destas doenças (McKeown-Eyssen – 1994 ; Giovannucci – 1992,1995,1997 ; Salmeron –1997 , Ludwig – 1999 ; Liu – 2000 ; Augustin – 2001 e Franceschi – 1995, 2001).

A ingestão de alimentos refinados provoca no período pós prandial, um aumento da glicose no sangue a qual é responsável pela produção exagerada de insulina: hiperinsulinemia. Com o passar do tempo, a persistência da hiperinsulinemia, acarreta a diminuição da sensibilidade dos receptores de membrana à insulina e surge a “resistência à insulina” a qual aumenta ainda mais a glicemia em um verdadeiro ciclo vicioso. O aparecimento de resistência à insulina provoca dificuldade de penetração da glicose do extracelular para dentro das células.

De importância prática é o fato de podermos diagnosticar em clínica esta dificuldade de passagem da glicose do extracelular para o intracelular: dosando a INSULINEMIA . Já ao olhar para uma pessoa podemos suspeitar fortemente da presença de hiperinsulinemia com resistência à insulina : presença de obesidade central – aumento do volume do abdome (aumento de gordura intra abdominal).

O normal estatístico da insulinemia está entre 2,5 a 25 microU/ml , porém o normal fisiológico, aquele que empregamos para prevenir doenças é aquele que mais se aproxima do valor inferior: 2,5 a 5 microU/ml.

Insulinemia elevada significa dificuldade de penetração da glicose no compartimento intracelular com o conseqüente estresse oxidativo metabólico (vide abaixo o elo esquecido) e os trabalhos epidemiológicos realmente mostram que populações com aumento da insulinemia têm maior probabilidade de apresentar as doenças degenerativas relacionadas ao estresse oxidativo: aterosclerose (infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral) e vários tipos de câncer. Acrescente-se pelos mesmos motivos a hipertensão arterial, o diabetes não dependente de insulina, as artrites, as artroses e as doenças neurodegenerativas (Doença de Parkinson e Mal de Alzheimer).

Classificação dos Carboidratos – Índice Glicêmico – Carga de Glicose

Os carboidratos podem ser classificados em “simples” e “complexos”, de acordo com o grau de polimerização ou “integrais” e “refinados” de acordo com a maior ou menor quantidade de nutrientes essenciais que possuem. Entretanto a interferência dos carboidratos na saúde e na doença são melhor entendidos do ponto de vista fisiológico e bioquímico, conhecendo-se a sua capacidade de aumentar a glicose no sangue quando ingeridos : ÍNDICE GLICÊMICO .

O conceito de índice glicêmico dos alimentos foi elaborado pelo brilhante pesquisador canadense David J.A. Jenkins em 1981. O índice glicêmico é um parâmetro quantitativo que verifica quanto um determinado alimento é capaz de elevar a glicose no sangue no período pós prandial.


Outro parâmetro importante que provou sua utilidade em estudos epidemiológicos é a “carga de glicose” que reflete o efeito glicêmico total da dieta. A carga de glicose é o produto do índice glicêmico e o carboidrato total da dieta (Wolever – 1996 , Salmeron -1997a ,1997b , Liu – 2000).


O índice glicêmico depende de vários fatores:
1. tipo de açúcar que o alimento contém - glicose, sacarose, frutose, lactose, etc
2. forma física do carboidrato - tamanho da partícula e grau de hidratação
3. alimentos que acompanham o carboidrato na refeição – gordura e proteínas.

Quanto menor a velocidade de absorção do carboidrato menor é a elevação da glicemia no pós prandial e menor será o índice glicêmico.
Existem vários benefícios na ingestão de uma dieta com baixo índice glicêmico: redução das necessidades de insulina, melhor controle da glicose no sangue, redução do colesterol e triglicérides e manutenção da sensibilidade dos receptores de membrana os quais permitem a normal entrada de glicose para as células da economia o que permite e mantém a eficácia intracelular de proteção contra o estresse oxidativo metabólico. Todos esses fatores e particularmente o controle do estresse oxidativo desempenham relevante papel na fisiopatologia das coronariopatias, doença cerebrovasculares, diabetes, doenças degenerativas da idade e muitos tipos de câncer.
A ingestão de dietas de elevado índice glicêmico com a rápida liberação de açúcar simples e os altos níveis de glicose pós prandial provocam como já vimos o aumento da produção de insulina. O resultado é a hiperinsulinemia a qual com o passar do tempo provoca a característica resistência à insulina devido à diminuição da sensibilidade periférica dos seus receptores. Para nós clínicos “hiperinsulinemia” é o mesmo que “resistência à insulina”.
A seqüência bioquímico-fisiológica é : a ingestão de alimentos com elevado índice glicêmico provoca aumento da glicose no sangue a qual provoca o aumenta dos níveis de insulina no sangue (hiperinsulinemia) a qual provoca diminuição da sensibilidade dos receptores de membrana à insulina (resistência à insulina) dificultando a entrada da glicose do extracelular para o intracelular fechando o círculo vicioso e provocando aumento da glicose no sangue ( Jenkins – 2000).
Os efeitos da ingestão de dietas de baixo índice glicêmico sobre as doenças crônicodegenerativas enumerada a seguir ( Jenkins – 2002):
1. menor elevação pós prandial da glicemia ( Jenkins – 1990,1992)
2. redução da produção diária de insulina (Bertelsen – 1993 e Jones – 1993)
3. diminuição da excreção urinária de peptídeo-C (Jenkins – 1989 , 1992)
4. supressão prolongada de ácidos graxos no plasma (Jenkins – 1990 e Bertelsen-1993)
5. redução da produção de catecolaminas (Jenkins – 1990)
6. redução do colesterol total e do LDL-colesterol (Jenkins-1993, Arnold-1993 e Cohn-1964)
7. redução da síntese hepática de colesterol ( Jones – 1993)

8. diminuição dos níveis de apolipoproteina B (Jenkins – 1989)

9. diminuição dos níveis de ácido úrico (Jenkins – 1995)

10. aumento da excreção urinária de ácido úrico (Jenkins – 1995)


Fatores que reduzem a velocidade de absorção da glicose reduzindo portanto os níveis de insulina no sangue ( Jenkins-2002)

1. alimentos de baixo índice glicêmico

2. fibras solúveis

3. aumento da freqüência das refeições

4. ingestão de proteínas juntamente com o carboidrato

5. ingestão de gordura juntamente com o carboidrato

6. inibidores da amilase – acarbose


Fatores que diminuem o índice glicêmico

1. presença de amilopectina / amilose

2. frutose

3. galactose

4. fibras viscosas: guar , beta-glucan

5. arroz integral

6. partículas grandes

7. presença de inibidores da amilase: lectinas , fitatos

8. presença de proteínas e gorduras na refeição


Fatores que aumentam o índice glicêmico

1. ausência de amilopectina /amilose

2. glicose

3. batata

4. ausência de fibras viscosas: guar , beta-glucan

5. carboidrato em partículas pequenas ou dissolvido em água (refrigerantes)

6. arroz branco completamente desprovido do seu farelo

7. ausência de inibidores da amilase: lectinas , fitatos

8. ausência de proteínas e gorduras nas refeições


Conclusão

A estratégia para prevenir vários tipos de doenças é em si muito simples e salta aos nossos olhos dos trabalhos científicos de bom nível:

- ingerir alimentos de baixo índice glicêmico, ingerir moderada a baixa carga de glicose, aumentar a freqüência das refeições ( seis ao dia) e praticar atividade física moderada.


É árduo o caminho da busca da verdade e da melhor estratégia que devemos empregar nos pacientes que nos confiam a própria vida.
Neste sentido, Charcot no século passado cunhou uma frase na qual devemos meditar com extrema seriedade:
“As enfermidades são muito antigas e nada a respeito delas mudou. Somos nós que mudamos ao aprender a reconhecer nelas o que antes não percebíamos”

Texto retirado do site: medicinacomplementar.com.br

Dieta e atividade física previnem câncer

Pesquisadores europeus publicaram na revista The American Journal of Clinical Nutrition um estudo que confirmou o efeito de prevenção do câncer quando há aderência de uma alimentação saudável e prática de atividade física.

Estas recomendações foram baseadas no relatório “Alimentos, Nutrição, Atividade Física e Prevenção de Câncer”, da World Cancer Research Fund e American Institute for Cancer Research (WCRF/AICR, 2007). Em 2007, a WCRF/AICR emitiram dez recomendações (sendo duas especiais) sobre dieta, atividade física e controle de peso para a prevenção do câncer com base na mais completa coleção de evidências científicas disponíveis. Neste sentido, o objetivo desse estudo foi avaliar a efetividade dessas recomendações na prevenção do câncer.

O estudo incluiu 386.355 indivíduos de 9 países europeus participantes da Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer e Nutrição (estudo EPIC, do inglês, European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition). No recrutamento, a informação nutricional, antropométrica e de estilo de vida foram coletadas. A análise se baseou nas seguintes recomendações da WCRF/AICR (2007), em que os indivíduos recebiam pontuações a cada recomendação seguida:

1-GORDURA CORPORAL: Seja o mais magro quanto possível dentro dos limites normais de peso corporal.
2-ATIVIDADE FÍSICA: Mantenha-se fisicamente ativo como parte da rotina diária.
3-ALIMENTOS E BEBIDAS QUE PROMOVEM O GANHO DE PESO: Limite o consumo de alimentos com alta densidade energética e evite bebidas açucaradas.
4-ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL: Consuma principalmente alimentos de origem vegetal.
5-ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL: Limite o consumo de carne vermelha e evite carnes processadas.
6-BEBIDAS ALCOÓLICAS: Limite o consumo de bebidas alcoólicas.
7-PRESERVAÇÃO, PROCESSAMENTO, PREPARO: Limite o consumo de sal e evite cereais e grãos mofados.
8-SUPLEMENTOS ALIMENTARES: Ter como objetivo o alcance das necessidades nutricionais apenas por intermédio da alimentação.

Os autores optaram por não incluir as outras duas recomendações especiais, referente à amamentação e sobreviventes de câncer, para não interferir na análise dos dados.

Os pesquisadores verificaram que a aderência das recomendações foi significativamente associada com diminuição do risco de câncer. Além disso, observaram que cada aumento da pontuação foi associado com uma redução do risco em 5% para todos os tipos de câncer, 12% para o câncer coloretal e 16% para o câncer de estômago. Foram encontradas associações significativas também para os cânceres de mama, endométrio, pulmão, rim, trato aerodigestivo superior, fígado e esôfago. No entanto, não houve associação significativa para os cânceres de próstata, ovário, pâncreas, cólon e bexiga.

“Em conclusão, os resultados deste estudo sugerem que seguir as recomendações da WCRF/AICR sobre dieta, nutrição, atividade física e controle de peso para a prevenção do câncer diminui o risco de desenvolver a maioria dos tipos de câncer em populações europeias. No entanto, são necessárias mais pesquisas para elucidar outros possíveis fatores de risco para o câncer e como a modificação destes fatores de estilo de vida poderia prevenir o câncer”, concluem os autores.


texto retirado do site: nutritotal.com.br

quarta-feira, 11 de julho de 2012

ALPISTE



Quero compartilhar o texto que acabei de ler no blog do Henrique Soares sobre o alpiste.

Muitas pessoas estão usando e quase todos os dias algum paciente me pergunta sobre o e-mail que diz milagre sobre a semente.

Concordo plenamente com o Henrique, e eu ainda não indico para ninguém. Vamos acompanhar os estudos em humanos para verificar os reais benefícios, em animais a semente apresentou úlcera nas galinhas e cancer de pele em ratos... vamos sempre pensar na INDIVIDUALIDADE BIOQUIMICA e na MODERAÇÃO, o excesso de qualquer substância vai desequilibrar nosso organismo!!!

Abaixo o texto:
"Tá na moda, a internet espalha muito rápido, gente querendo fazer leite de alpiste, e-mails para todo lado. A composição nutricional em termos de proteína é realmente grande, mas nada que se compare à carne. É uma fonte proteica como outras sementes, como é a semente de girassol, gergelim e linhaça. Em estudos feitos em animais (repito, em animais), não apresentou componentes antinutricionais, ou seja, que possam reduzir a absorção de micronutrientes (vitaminas e minerais), e a digestibilidade da proteína é mediana, como é a digestibilidade de proteínas em leguminosas, como feijão e lentilha (não se compara portanto com clara de ovo e peito de frango). Importante dizer que é uma grande fonte de triptofano, portanto formador de serotonina e melatonina, o que ajuda a reduzir pressão arterial, evitar depressão, alegria, prazer, e efeito antioxidante e possivelmente antiinflamatório, mas precisamos de estudos em humanos mais detalhados para ver este efeito. Lado ruim, em estudos em animais, levou a formação de úlceras em galinhas e câncer de pele em ratos, a partir de uma fibra contida na semente. Qual será a quantidade de agrotóxicos nestes sementes? Qual o tipo de ácido graxos predominante? Acredito que seja promissor, mas assim como toda semente, é preciso muuuuuuuito cuidado. Eu ainda não prescrevo".

Int J Cancer. 1984 Oct 15;34(4):519-28. Biogenic silica fibre promotes carcinogenesis in mouse skin. Bhatt T, Coombs M, O'Neill C.
Blood pressure reducing effects of Phalaris canariensis in normotensive and spontaneously hypertensive rats. Passos CS, Carvalho LN, Pontes RB Jr, Campos RR, Ikuta O, Boim MA. Can J Physiol Pharmacol. 2012 Feb;90(2):201-8.
A study of nutrient digestibility and growth performance of broiler chicks fed hairy and hairless canary seed (Phalaris canariensis L.) products. Newkirk RW, Ram JI, Hucl P, Patterson CA, Classen HL. Poult Sci. 2011 Dec;90(12):2782-9.

domingo, 8 de julho de 2012

Importância do Cromo

O cromo é importante na manutenção da glicemia. Diversos estudos mostram a importância do cromo tanto no controle do diabetes quanto no controle da hipoglicemia. O cromo normaliza as taxas da insulina no sangue. Ele faz parte do fator de tolerância à glicose que auxilia no transporte plasmático da insulina, permitindo a sua melhor fixação nos receptores celulares da insulina, facilitando a sua ação. No hipoglicêmico, o cromo auxilia a normalização das taxas de insulina e glicose no plasma aliviando os sintomas da hipoglicemia.

Vários estudos têm evidenciado uma deficiência em cromo nos países industrializados. O consumo de alimentos refinados, principalmente de açúcar, agrava essa deficiência, pois além de apresentarem um teor muito baixo em cromo aumentam o consumo e as perdas do organismo.

Durante os períodos de estresse físico, o organismo aumenta a excreção urinário de cromo,
contribuindo para criar ou agravar a deficiência em cromo . O diabético insulino dependente tem uma excreção de cromo três vezes maior que o indivíduo normal.

A deficiência de cromo é associada ao aumento das patologias cardíacas, pois causa aumento do colesterol e diminuição do HDL-colesterol, hipertensão arterial, arritmias e obesidade.

No homem a deficiência de cromo causa diminuição do número de espermatozóides e dam fertilidade.

A deficiência grave de cromo causa neuropatia periférica e encefalopatia.

A melhora dos parâmetros clínicos e laboratoriais da suplementação com cromo inicia-se geralmente após três meses.

Fontes na alimentação:
Levedo de cerveja, cogumelo, aspargo, vinho, cerveja, ameixa e nozes são boas fontes de cromo .

Bibliografia:
1. Clin. Physiol. Biochem.1986, 4: 31-41.

2. J. Nutr., 1993, 123 (4): 626-33.

texto retirado do site: http://www.medicinacomplementar.com.br/biblioteca10.php 

terça-feira, 19 de junho de 2012

CAPSAICINA

A capsaicina (8-metil-N-vanilil-trans-6-nonenamida) é o principal componente ativo da pimenta, seguido da dihidrocapsaicina, nordihidrocapsaicina, homodihidrocapsaicina, homocapsaicina, entre outros, os quais são chamados capsaicinoides. Os capsaicinoides são componentes químicos que dão às pimentas sua ardência característica e têm atraído grande atenção devido às suas extensas propriedades farmacológicas, como as atividades de analgesia, anticancerígena, anti-inflamatória, antioxidante e anti-obesidade.

Os estudos sugerem os seguintes efeitos da capsaicina:

-Alívio da dor
Tem sido demonstrado que a capsaicina quando utilizada por via oral ou localmente (uso tópico) pode reduzir a inflamação e dores relacionadas com artrite reumatoide e fibromialgia. A capsaisica tem sido acrescentada em fármacos para tratamento de osteoartrite. Recentemente, grande progresso tem sido feito na compreensão dos mecanismos responsáveis ​​pelo efeito de capsaicina no alívio da dor. Estudos demonstram que a capsaicina exerce esse efeito por meio do receptor específico para a capsaicina, denominado receptor de vanilóide (TRPV1). Trata-se de um canal sensível à capsaicina, que participa da transdução periférica da dor térmica e inflamatória.

-Prevenção do câncer
A atividade anticancerígena de capsaicinoides tem sido demonstrada em estudos "in vitro" e "in vivo". Os efeitos anti-cancerígenos e quimiopreventivo da capsaicina estão relacionados com a sua capacidade de prevenir a proliferação e migração celular, bem como de induzir a apoptose de células tumorais. A capsaicina, juntamente com a dihidrocapsaicina podem reprimir o crescimento de várias linhagens de células tumorais, por meio da indução de parada do ciclo celular, apoptose e/ou pela inibição do metabolismo tumoral.

-Redução de peso
Estudos demonstram que a capsaicina aumenta o gasto energético e reduz o depósito de gordura corporal. Estudo com ratos demonstrou que a capsaicina regula o metabolismo energético e de lipídios, induzindo a termogênese. Embora a capsaicina tenha apresentado efeitos anti-obesidade, mais estudos devem ser realizados para confirmar esses resultados.

Dessa maneira, estudos futuros deverão esclarecer a quantidade de capsaicina necessária para exercer essas funções, bem como as diferenças entre o consumo de pimenta e a administração isolada de capsaicina.




FONTE: NUTRITOTAL.COM.BR