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*Graduada em Nutrição, Araçatuba 2007. Especialista em Nutrição Funcional (VP São Paulo, 2010), Nutrição Ortomolecular (FAPES, São Paulo 2012) e Fitoterapia Funcional (VP Campinas, 2014). Participação ativa em Congressos e Cursos da área Funcional. *Atendimento em consultório desde 2008. Clínica Portinari - 18 3305-5838

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Alergia Alimentar Tardia: Revisão de uma Realidade pouco Conhecida

Resumo do artigo da Revista Brasileira de Nutrição Funcional
Ano 12 - Edição nº 50 - Setembro de 2011

Gabriel Piccinini de Carvalho e Lisandra Greici Orlandin

O alimento é provavelmente a maior carga antigênica à qual um indivíduo está exposto ao longo da vida. Na prática clínica observa-se grande número de indivíduos que apresentam melhora em sintomas crônicos após a eliminação de alimentos específicos da dieta habitual.

As hipersensibilidades alimentares incluem qualquer reação anormal resultante da ingestão de um alimento. As alergias alimentares ocorrem de duas formas diferentes: reações fixas, imediatas e anafiláticas ou reações cíclicas, tardias e crônicas. As alergias alimentares tardias ocorrem com significativa freqüência, mas seguem insuspeitas devido à natureza tardia de sua manifestação clínica, não sendo corretamente diagnosticada e tratada. As hipersensibilidades alimentares aparecem em indivíduos geneticamente predispostos quando a tolerância oral cede ou falha em seu desenvolvimento normal.

Há duas principais hipóteses que podem explicar as manifestações locais e sistêmicas das alergias alimentares: Hipótese da absorção-deposição e Hipótese da resposta imune.

Diversas patologias de diferentes sistemas estão associadas com as hipersensibilidades alimentares: doença do refluxo esofágico em lactentes após a introdução do leite de vaca; Constipação intestinal crônica; Síndrome de enterocolite induzida por proteína alimentar; Síndrome do Intestino Irritável; urticária aguda; angioedema; dermatite herpetiforme; tosse; rouquidão; secreção na garganta; congestão nasal; asma; cefaléia sinusal; distúrbios de ansiedade e síndrome do pânico. Esclerose múltipla, diabetes mellitus tipo 1 (auto-imune), artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico são doenças com envolvimento de auto-imunidade e, parecem estar associados à reação contra antígenos alimentares.

O diagnóstico da alergia alimentar fundamenta-se em três pontos: Suspeita diagnóstica de acordo com as manifestações clínicas; realização da dieta de eliminação dos alimentos suspeitos com desaparecimento das manifestações clínicas; teste de desencadeamento positivo.

Na dieta de eliminação, os alimentos suspeitos são eliminados por duas semanas, ou até que os sintomas desapareçam. Caso isso não ocorra, dietas mais restritivas podem ser implementadas. Os alimentos a serem eliminados são aqueles que comumente apresentam maior incidência de reações alimentares tardias. Todos os alimentos são eliminados de forma simultânea, por um período mínimo de 30 dias e, que via de regra, não necessita ser superior a 60 dias. Após o período de eliminação, deve-se realizar novo exame físico e clínico, para então se iniciar a reintrodução dos alimentos. Os alimentos podem ser reintroduzidos em grupos ou individualmente, sendo que cada um deve ser consumido pelo menos três vezes no mesmo dia, seguido por um período de três dias de exclusão, observando a ocorrência de sinais e sintomas.

A difusão do conhecimento da alergia alimentar tardia, e suas conseqüências, entre os profissionais de saúde e a população torna-se, por sua relevância, missão dos nutricionistas.

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