Quem sou eu
- Andréa Gigliotti Moreira Costa
- *Graduada em Nutrição, Araçatuba 2007. Especialista em Nutrição Funcional (VP São Paulo, 2010), Nutrição Ortomolecular (FAPES, São Paulo 2012) e Fitoterapia Funcional (VP Campinas, 2014). Participação ativa em Congressos e Cursos da área Funcional. *Atendimento em consultório desde 2008. Clínica Portinari - 18 3305-5838
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Oleaginosas, inflamação e resistência à insulina
Texto retirado do site: http://www.diabetes.org.br
Artigo comentado: Nuts, inflammation and insulin resistance. Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition 2010, 19: 124-130
O artigo intitulado “Oleaginosas, inflamação e resistência à insulina” foi publicado no periódico Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition (2010, 19: 124-130) por Casas-Agustench e colaboradores. Trata-se de uma revisão da literatura de estudos epidemiológicos e clínicos que avaliaram os efeitos do consumo de oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas, etc.) sobre o processo inflamatório e a resistência à insulina.
Os níveis circulantes de marcadores inflamatórios, como TNF-alfa, proteína C reativa, IL-6, foram relacionados à resistência a insulina e identificados como preditores de diabetes tipo 2. De maneira interessante, estudos epidemiológicos e clínicos demonstraram efeitos benéficos do consumo de oleaginosas sobre os lipídeos e lipoproteínas plasmáticas. Adicionalmente, há relatos de uma relação inversamente proporcional entre o consumo de oleaginosas e os níveis circulantes de mediadores inflamatórios, e diretamente proporcional à concentração de adiponectina, uma adipocina inti-inflamatória. Mais recentemente, pesquisadores relacionaram o consumo de oleaginosas à diminuição do processo inflamatório, melhora da função endotelial e menor risco de resistência à insulina.
Dentre os componentes das oleaginosas, magnésio, fibras solúveis e insolúveis, ácido graxo alfa-linolênico, L-arginina e antioxidantes podem proteger contra a inflamação e/ou resistência à insulina.
Neste sentido, baixa ingestão alimentar de magnésio e baixa concentração sérica de magnésio foram associadas à resistência a insulina e ao diabetes tipo 2. As fibras, além de diminuem a glicemia pós-prandial, produzem ácidos graxos de cadeia curta produzidos por fermentação no trato gastrointestinal, contribuindo para diminuir a inflamação. O ácido graxo alfa-linolênico é o precursor da família de ácidos graxos ômega 3, os quais possuem atividade anti-inflamatória. Neste sentido, de maneira interessante, um estudo recente publicado no periódico Cell (2010, 142:687-98) demonstrou a capacidade dos ácidos graxos ômega 3 em inibir a inflamação e aumentar a sensibilidade à insulina. A L-arginina, por sua vez, é precursora de óxido nítrico e pode ter efeitos benéficos na vasomoção dependente do endotélio. Finalmente, as oleaginosas contêm antioxidantes como flavonóides, polifenóis, tocoferóis que podem modular a inflamação e a via de transdução do sinal do NFkB.
Ainda que muitos dos estudos tenham encontrado efeitos benéficos do consumo de oleaginosas sobre a inflamação e a resistência à insulina, outros não observaram nenhum efeito. De maneira importante, até o momento nenhum efeito deletério do consumo de oleaginosas sobre a homeostase glicêmica foi relatado.
Tendo em vista a capacidade de componentes nutricionais das oleaginosas em modularem a inflamação, os autores sugerem que o consumo regular de oleaginosas associado ao estilo de vida saudável possa proteger contra as conseqüências da inflamação, tais como resistência à insulina e diabetes tipo 2.
MS Juliane Costa Silva Zemdegs
Doutoranda em Fisiologia da Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo
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